Níveis De Escrita: Ferreiro E Teberosky
Ei, pessoal! Já ouviram falar sobre como as crianças aprendem a escrever? É um processo fascinante, cheio de descobertas e etapas. Hoje, vamos mergulhar de cabeça na teoria da Psicogênese da Língua Escrita, um trabalho incrível de Emília Ferreiro e Ana Teberosky. Elas destrincharam esse processo em cinco níveis super importantes, que vamos explorar tim-tim por tim-tim. Preparados?
A Abordagem Psicogenética na Alfabetização
A abordagem psicogenética, proposta por Ferreiro e Teberosky, revolucionou a forma como entendemos a alfabetização. Em vez de ver a criança como uma “tábula rasa” que precisa ser preenchida com conhecimento, essa abordagem a enxerga como um ser ativo, que constrói o conhecimento por meio da interação com o mundo. Essa perspectiva valoriza o erro como parte do processo de aprendizagem, e incentiva a criação de um ambiente rico em estímulos, onde a criança possa explorar a escrita de forma significativa.
Emília Ferreiro e Ana Teberosky, em sua obra seminal "Psicogênese da Língua Escrita", apresentam uma profunda análise sobre como as crianças constroem o conhecimento sobre a escrita. A obra, que se tornou um marco nos estudos da alfabetização, desmistifica a ideia de que a escrita é simplesmente uma transcrição da fala, e revela os complexos processos cognitivos envolvidos na aquisição da linguagem escrita. Ao longo de suas pesquisas, as autoras identificaram diferentes níveis de compreensão da escrita, pelos quais as crianças passam até atingirem a escrita alfabética convencional. Esses níveis, que serão detalhados a seguir, representam diferentes formas de pensar sobre a escrita, e demonstram que a criança não aprende a escrever de forma linear, mas sim por meio de um processo de construção e reconstrução de hipóteses.
A importância do livro "Psicogênese da Língua Escrita" reside no fato de que ele oferece aos educadores uma nova perspectiva sobre a alfabetização. Ao compreender os níveis de escrita propostos por Ferreiro e Teberosky, os professores podem adaptar suas práticas pedagógicas às necessidades de cada criança, respeitando o seu ritmo de aprendizagem e incentivando a sua autonomia. Além disso, a obra contribui para desmistificar a ideia de que a alfabetização é um processo mecânico e repetitivo, e a transforma em uma jornada de descobertas e conquistas.
Os Cinco Níveis da Psicogênese da Escrita
Ferreiro e Teberosky, detalham cinco níveis de escrita pelos quais as crianças geralmente passam. Cada nível representa uma forma diferente de compreender a relação entre a escrita e a fala. Vamos dar uma olhada em cada um deles:
Nível I: Pré-silábico
No nível pré-silábico, a criança ainda não compreende que a escrita representa os sons da fala. Ela faz garatujas, desenhos ou usa letras aleatórias para representar palavras. A principal característica desse nível é a ausência de relação entre o que é escrito e o que é falado. A criança pode acreditar, por exemplo, que para escrever o nome de um objeto grande, como um elefante, é preciso usar muitas letras, e para escrever o nome de um objeto pequeno, como uma formiga, é preciso usar poucas letras.
Nessa fase inicial, a escrita da criança é marcada pela exploração e pela experimentação. Ela está descobrindo as diferentes formas de representar o mundo por meio de símbolos. É comum que a criança utilize letras do próprio nome ou de nomes de pessoas próximas, sem que isso signifique que ela compreenda o valor sonoro dessas letras. O importante nesse momento é oferecer à criança um ambiente rico em materiais escritos, como livros, revistas e jogos, e incentivá-la a explorar a escrita de forma livre e criativa. É fundamental que o educador valorize as produções da criança, reconhecendo o seu esforço e incentivando-a a continuar explorando a escrita.
Nível II: Silábico
No nível silábico, a criança começa a perceber que a escrita tem algo a ver com os sons da fala. Ela descobre que cada sílaba da palavra pode ser representada por uma letra. No entanto, a criança ainda não compreende que cada letra representa um som específico. É comum que ela utilize apenas uma letra para representar cada sílaba, geralmente a vogal. Por exemplo, para escrever a palavra “boneca”, a criança pode escrever “boa”.
Essa fase é um marco importante no processo de alfabetização, pois demonstra que a criança já compreende a relação entre a escrita e a fala. No entanto, ela ainda precisa avançar em sua compreensão sobre o sistema alfabético. É importante que o educador ofereça atividades que ajudem a criança a perceber que cada letra representa um som específico, e que a combinação de letras forma as sílabas e as palavras. Jogos com rimas, aliterações e outros recursos sonoros podem ser muito úteis nesse processo. Além disso, é fundamental que o educador incentive a criança a refletir sobre a escrita, fazendo perguntas como: “Qual letra você usou para representar essa sílaba? Por que você escolheu essa letra?”
Nível III: Silábico-Alfabético
O nível silábico-alfabético é uma fase de transição entre o nível silábico e o nível alfabético. Nele, a criança já compreende que cada sílaba é formada por mais de uma letra, e que cada letra representa um som específico. No entanto, ela ainda não consegue identificar todos os sons das palavras, e pode omitir algumas letras ou trocar letras semelhantes. Por exemplo, para escrever a palavra “carro”, a criança pode escrever “karo”.
Essa fase é um momento de grande avanço no processo de alfabetização, pois demonstra que a criança está se aproximando da escrita alfabética convencional. É importante que o educador ofereça atividades que ajudem a criança a refinar a sua percepção sobre os sons das palavras, e a identificar as letras correspondentes. Jogos de correspondência entre letras e sons, atividades de segmentação de palavras em sílabas e fonemas, e leitura de textos com palavras simples podem ser muito úteis nesse processo. Além disso, é fundamental que o educador incentive a criança a revisar a sua escrita, comparando-a com a escrita convencional e identificando os seus erros.
Nível IV: Alfabético
No nível alfabético, a criança já compreende que cada letra representa um som específico, e que a combinação de letras forma as palavras. Ela consegue identificar todos os sons das palavras, e escreve de forma alfabética convencional, respeitando as regras ortográficas. No entanto, a criança ainda pode apresentar algumas dificuldades em relação à ortografia, como o uso incorreto de letras com sons semelhantes (por exemplo, “c” e “s”, “x” e “ch”) ou a omissão de letras em algumas palavras.
Essa fase é um marco importante no processo de alfabetização, pois demonstra que a criança atingiu a escrita alfabética convencional. No entanto, o processo de alfabetização não termina aqui. É importante que o educador continue oferecendo atividades que ajudem a criança a consolidar a sua compreensão sobre a ortografia, e a desenvolver a sua capacidade de leitura e escrita. Atividades de leitura e escrita de diferentes gêneros textuais, jogos com regras ortográficas, e atividades de produção de textos podem ser muito úteis nesse processo. Além disso, é fundamental que o educador incentive a criança a ler e escrever com prazer, explorando diferentes temas e estilos de escrita.
Nível V: Ortográfico
O nível ortográfico é o último nível da teoria de Ferreiro e Teberosky. Nesse nível, a criança já domina a escrita alfabética e ortográfica convencional. Ela conhece as regras ortográficas e as utiliza de forma correta em suas produções escritas. Além disso, a criança é capaz de ler e compreender textos de diferentes gêneros e complexidades. Ela utiliza a leitura e a escrita como ferramentas para aprender, se comunicar e se expressar.
Nesse nível, o papel do educador é oferecer desafios cada vez maiores à criança, incentivando-a a explorar diferentes áreas do conhecimento e a desenvolver o seu pensamento crítico. Atividades de pesquisa, produção de textos complexos, debates e discussões podem ser muito úteis nesse processo. Além disso, é fundamental que o educador continue incentivando a criança a ler e escrever com prazer, explorando diferentes temas e estilos de escrita.
Considerações Finais
E aí, pessoal? Conseguiram acompanhar essa jornada pelos níveis da psicogênese da escrita? Espero que sim! Lembrem-se, cada criança tem seu próprio ritmo, e o mais importante é oferecer um ambiente de aprendizado rico e estimulante, onde ela se sinta à vontade para explorar, experimentar e construir seu conhecimento sobre a escrita. A teoria de Ferreiro e Teberosky nos dá um mapa valioso para entender esse processo, e nos ajuda a ser educadores mais conscientes e eficazes. Então, mãos à obra e vamos alfabetizar com alegria!
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